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Já falta menos de um mês para a visita da escritora Maria Teresa Maia Gonzalez. O programa provisório é o seguinte:
10h – Recepção e visita à exposição
10h15 – Apresentação da escitora
10h20 – Momento musical
10h30 – Sessão de perguntas e respostas
11h15 – Momento musical
11h30 – Entrega de prémios de:
- Olimpíadas da Leitura
- Peddy Paper na Biblioteca
- O Seu a Seu Dono
11h50 – Sessão de autógrafos
12h10 – Encerramento
Foram estes os primeiros seis classificados do Concurso «O Seu a Seu Dono». Cada um deles irá receber um livro.
1.º Sara Pereira – 6.º 6.ª
2.º Natacha Martins – 6.º 2.ª
3.º Celeste Darame – 6.º 2.ª
4.º Gonçalo Costa – 9.º 7.ª
5.º João Xavier – 5.º 3.ª
6.º Diana Gaspar – 6.º 2.ª
Parabéns a todos os participantes!!!
A entrega dos prémios ocorrerá no dia 29 de Maio, às 12 horas, na Biblioteca, na presença da escritora Teresa Maia Gonzalez.
Já terminou o concurso «O Seu a Seu Dono», intergrado nas comemorações do Dia Mundial do Livro. A solução do passatempo era a seguinte:
Parabéns a todos os participantes!
Amigo
Maior que o pensamento
Por essa estrada amigo vem
Não percas tempo que o vento
É meu amigo também
Em terras
Em todas as fronteiras
Seja bem-vindo quem vier por bem
Se alguém houver que não queira
Trá-lo contigo também
Aqueles
Aqueles que ficaram
(Em toda a parte todo o mundo tem)
Em sonhos me visitaram
Traz outro amigo também
José Afonso
Terminamos hoje, 25 de Abril, a série de poemas sobre o 25 de Abril, mais uma vez com aquele que é verdadeiramente o poeta de Abril:
Explicação do País de Abril
País de Abril é o sítio do poema.
Não fica nos terraços da saudade
não fica nas longas terras. Fica exactamente aqui
tão perto que parece longe.
Tem pinheiros e mar tem rios
tem muita gente e muita solidão
dias de festa que são dias tristes às avessas
é rua e sonho é dolorosa intimidade.
Não procurem nos livros que não vem nos livros
País de Abril fica no ventre das manhãs
fica na mágoa de o sabermos tão presente
que nos torna doentes sua ausência.
País de Abril é muito mais que pura geografia
é muito mais que estradas pontes monumentos
viaja-se por dentro e tem caminhos veias
– os carris infinitos dos comboios da vida.
País de Abril é uma saudade de vindima
é terra e sonho e melodia de ser terra e sonho
território de fruta no pomar das veias
onde operários erguem as cidades do poema.
Não procurem na História que não ven na História.
País de Abril fica no sol interior das uvas
fica à distância de um só gesto os ventos dizem
que basta apenas estender a mão.
País de Abril tem gente que não sabe ler
os avisos secretos do poema.
Por isso é que o poema aprende a voz dos ventos
para falar aos homens do País de Abril.
Mais aprende que o mundo é do tamanho
que os homens queiram que o mundo tenha:
o tamanho que os ventos dão aos homens
quando sopram à noite no País de Abril.
Manuel Alegre
Até dia 25, publicaremos todos os dias um poema sobre o 25 de Abril.
Este é o oitavo:
Abril de Sim Abril de Não
Eu vi Abril por fora e Abril por dentro
vi o Abril que foi e Abril de agora
eu vi Abril em festa e Abril lamento
Abril como quem ri como quem chora.
Eu vi chorar Abril e Abril partir
vi o Abril de sim e Abril de não
Abril que já não é Abril por vir
e como tudo o mais contradição.
Vi o Abril que ganha e Abril que perde
Abril que foi Abril e o que não foi
eu vi Abril de ser e de não ser.
Abril de Abril vestido (Abril tão verde)
Abril de Abril despido (Abril que dói)
Abril já feito. E ainda por fazer.
Manuel Alegre
Os Vampiros
No céu cinzento
Sob o astro mudo
Batendo as asas
Pela noite calada
Vem em bandos
Com pés veludo
Chupar o sangue
Fresco da manada
Se alguém se engana
Com seu ar sisudo
E lhes franqueia
As portas à chegada
Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada
A toda a parte
Chegam os vampiros
Poisam nos prédios
Poisam nas calçadas
Trazem no ventre
Despojos antigos
Mas nada os prende
Às vidas acabadas
São os mordomos
Do universo todo
Senhores à força
Mandadores sem lei
Enchem as tulhas
Bebem vinho novo
Dançam a ronda
No pinhal do rei
Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada
No chão do medo
Tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos
Na noite abafada
Jazem nos fossos
Vítimas dum credo
E não se esgota
O sangue da manada
Se alguém se engana
Com seu ar sisudo
E lhes franqueia
As portas à chegada
Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada
José Afonso
Até dia 25, publicaremos todos os dias um poema sobre o 25 de Abril.
Este é o sétimo:
De Coração e Raça
“Sou português de coração e raça
Não há talvez maior fortuna e graça”
Sou português de coração e raça
meio século comido pela traça
fechados numa caixa
e agora ou vai ou racha
e agora ou vai ou racha
Agora vamos é ser
donos do nosso trabalhar
em vez de andar para alugar
com escritos na camisa
e o dinheiro que desliza
do salário para a despesa
compro cama vendo mesa
deito contas à pobreza
Sou português de coração e raça
meio século comido pela traça
fechados numa caixa
e agora ou vai ou racha
e agora ou vai ou racha
Agora vamos é ser
donos do nosso produzir
em vez de ter que partir
com escritos numa mala
e a idade que resvala
do nascimento para a morte
vou para o leste perco o norte
e o meu corpo é passaporte
Sou português de coração e raça
meio século comido pela traça
fechados numa caixa
e agora ou vai ou racha
e agora ou vai ou racha
Sérgio Godinho
Comemora-se hoje o Dia Mundial do Livro. Hoje temos uma oferta para ti na Biblioteca!
Oferecemos-te também um excerto de um dos melhores livros de sempre. Adivinhas qual é?
«- Saberás, Sancho, que o barco, que ali vês, está expressamente chamando por mim e convidando-me a que salte nele, e vá em socorro de algum cavaleiro ou de alguma alta pessoa, igualmente necessitada, decerto a atravessar um mau bocado. Tal é o estilo que se observa nas histórias cavaleirescas e com os encantadores em coisas desta natureza. (…) Estás a ver, Sancho, porque é que aquela casca de noz ali se encontra, tão certo como alumiar-nos ainda a luz do Sol. Antes que escureça, prende juntos Ruço e Rocinante, e que a mão de Deus nos guie. E toca a embarcar. Tão decidido, estou, que não voltaria a cara, nem que mo pedissem de mãos postas.
– Pois que Vossa Mercê manda – resmungou Sancho – e tem a mania de praticar estas cabeçadas, não tenho remédio senão obedecer. (…) Para descargo da minha consciência, só quero observar a Vossa Mercê que este barco não me parece dos tais encantados, mas de pescadores do rio, que aqui se pescam os melhores sáveis do mundo.»
Até dia 25, publicaremos todos os dias um poema sobre o 25 de Abril.
Este é o sexto:
Tanto Mar
Sei que estás em festa, pá
Fico contente
E enquanto estou ausente
Guarda um cravo pra mim
Eu queria estar na festa, pá
Com a tua gente
E colher pessoalmente
Uma flor do teu jardim
Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar
Sei também que é preciso, pá
Navegar, navegar
Lá faz primavera, pá
Cá estou doente
Manda urgentemente
Algum cheirinho de alecrim
Chico Buarque
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