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No dia 23 de Abril comemora-se o Dia Mundial do Livro. Até lá publicaremos todos os dias um poema diferente, sobre o livro ou a leitura, de poetas consagrados. Este é o oitavo:
Os livros. A sua cálida,
terna, serena pele. Amorosa
companhia. Dispostos sempre
a partilhar o sol
das suas águas. Tão dóceis,
tão calados, tão leais,
tão luminosos na sua
branca e vegetal e cerrada
melancolia. Amados
como nenhuns outros companheiros
da alma. Tão musicais
no fluvial e transbordante
ardor de cada dia.
Ofício de Paciência, Eugénio de Andrade
Continuamos com a publicação dos vídeos produzidos no âmbito da iniciativa «…Diz lá um poema» de comemoração do Dia da Árvore/Dia da Poesia. Hoje com Eugénio de Andrade, Fernando Pessoa, Jorge Sousa Braga e poemas originais do 6.º 5.ª, ditos por professores e alunos da escola.
Integrado no programa de comemorações do Dia da Árvore e do Dia da Poesia, continuamos hoje com publicação de uma colectânea de 20 poemas sobre a árvore ou a natureza, maioritariamente de autores portugueses.
Frutos
Pêssegos, peras, laranjas,
morangos, cerejas, figos,
maçãs, melão, melancia,
ó música de meus sentidos,
pura delícia da língua;
deixai-me agora falar
do fruto que me fascina,
pelo sabor, pela cor,
pelo aroma da sílabas:
tangerina, tangerina
Eugénio de Andrade
Tendo em conta que se está a aproximar o Dia Mundial da Poesia (já no próximo dia 21), hoje sugerimos-te para livro da semana um pequeno grande livro, da autoria de um dos maiores portugueses, e ilustrado por um um dos melhores artistas plásticos do século XX. Trata-se de Aquela nuvem e outras, um conjunto de 20 poemas para crianças (mas de que os adultos também vão gostar), da autoria de Eugénio de Andrade e ilustrados por Júlio Resende. Eis um dos seus poemas:
Não quero, não
Não quero, não quero, não,
ser soldado nem capitão.
Quero um cavalo só meu,
seja baio ou alazão, sentir o vento na cara,
sentir a rédea na mão.
Não quero, não quero,não
ser soldado nem capitão.
Não quero muito do mundo:
quero saber-lhe a razão,
sentir-me dono de mim,
ao resto dizer que não.
Não quero, não quero, não,
ser soldado nem capitão.
URGENTEMENTE
Eugénio de Andrade
É urgente o Amor,
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros,
e a luz impura até doer.
É urgente o amor,
É urgente permanecer.
_____________________
Eugénio de Andrade [1923-2005]
Poeta português, nasceu em 19 de Janeiro de 1923 em Póvoa de Atalaia, Fundão, no seio de uma família de camponeses. A sua infância foi passada com a mãe, na sua aldeia natal. Mais tarde, prosseguindo os estudos, foi para Castelo Branco, Lisboa e Coimbra, onde residiu entre 1939 e 1945.
Abandonou a ideia de um curso de Filosofia para se dedicar à poesia e à escrita, actividades pelas quais demonstrou desde cedo profundo interesse,
O tema central da sua poesia é a figuração do Homem, não apenas do eu individual, integrado num colectivo, com o qual se harmoniza (terra, campo, natureza – lugar de encontro) ou luta (cidade – lugar de opressão, de conflito, de morte, contra os quais se levanta a escrita combativa).
Faleceu a 13 de Junho de 2005, no Porto.
No âmbito da comemoração da semana dos afectos e do Dia do Patrono, inciámos no dia 26 de Janeiro a publicação de uma série de 20 poemas de amor de poetas famosos. A série conclui-se hoje, com o vigésimo poema:
Urgentemente
É urgente o amor
É urgente um barco no mar
É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos, muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.
Eugénio de Andrade, in “Até Amanhã”
Comemora-se no dia 21 de Março o dia da Poesia. Todos os dias, até lá, oferecemos um poema:
Urgentemente
É urgente o Amor,
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros,
e a luz impura até doer.
É urgente o amor,
É urgente permanecer.
Eugénio de Andrade (1923-2005)
No âmbito da Semana da Leitura 2008, vamos desenvolver na Biblioteca a iniciativa “5 dias, 5 poemas”.
Este é o terceiro:
Canção de Leonoreta
Borboleta, borboleta
flor do ar
onde vais, que me não levas?
Onde vais tu Leonoreta?
Vou ao rio e tenho pressa!
Não te ponhas no caminho.
Vou ver o jacarandá,
Que deve estar florido.
Leonoreta, Leonoreta
Que me não levas contigo…
Eugénio de Andrade
Hoje o “Correio de S. Valentim” interrompeu-me as aulas. Foi insólito mas agradável. O amor precisa de ser celebrado todos os dias.
Peço o pequeno contributo de Eugénio de Andrade:
É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.
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