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Na passada segunda-feira, numa iniciativa de âmbito concelhio e de comemoração do Dia Mundial do Livro, todas as escolas do nosso agrupamento pararam para ler durante dois períodos, um de manhã e outro de tarde. Aqui fica a reportagem fotográfica:

Um livro por uma rosa

 

Troca de livros por flores na Biblioteca, no âmbito da disciplina de Espanhol

 

Todos a ler...

A Biblioteca foi um dos locais mais concorridos.

 

Os professores também trouxeram o seu livro.

 

O computador ficou esquecido.

 

D. Guiomar, a funcionária da biblioteca.

 

O diretor do agrupamento...

 

Todos os géneros de livros...

 

Na secretaria...

 

No bar...

 

Na sala de professores...

 

Na direção...

 

O livro de ponto ficou esquecido.

No dia 23 de Abril comemora-se o Dia Mundial do Livro. Até lá publicaremos todos os dias um poema diferente, sobre o livro ou a leitura, de poetas consagrados. Este é o décimo terceiro:

Os livros

Apetece chamar-lhes irmãos,
tê-los ao colo,
afagá-los com as mãos,
abri-los de par em par,
ver o Pinóquio a rir
e o D. Quixote a sonhar,
e a Alice do outro lado
do espelho a inventar
um mundo de assombros
que dá gosto visitar.
Apetece chamar-lhes irmãos
e deixar brilhar os olhos
nas páginas das suas mãos.

Pela casa fora, José Jorge Letria

No dia 23 de Abril comemora-se o Dia Mundial do Livro. Até lá publicaremos todos os dias um poema diferente, sobre o livro ou a leitura, de poetas consagrados. Este é o décimo segundo:

O homem que lê

Eu lia há muito. Desde que esta tarde
com o seu ruído de chuva chegou às janelas.
Abstraí-me do vento lá fora:
o meu livro era difícil.
Olhei as suas páginas como rostos
que se ensombram pela profunda reflexão
e em redor da minha leitura parava o tempo. —
De repente sobre as páginas lançou-se uma luz
e em vez da tímida confusão de palavras
estava: tarde, tarde… em todas elas.
Não olho ainda para fora, mas rasgam-se já
as longas linhas, e as palavras rolam
dos seus fios, para onde elas querem.
Então sei: sobre os jardins
transbordantes, radiantes, abriram-se os céus;
o sol deve ter surgido de novo. —
E agora cai a noite de Verão, até onde a vista alcança:
o que está disperso ordena-se em poucos grupos,
obscuramente, pelos longos caminhos vão pessoas
e estranhamente longe, como se significasse algo mais,
ouve-se o pouco que ainda acontece.

E quando agora levantar os olhos deste livro,
nada será estranho, tudo grande.
Aí fora existe o que vivo dentro de mim
e aqui e mais além nada tem fronteiras;
apenas me entreteço mais ainda com ele
quando o meu olhar se adapta às coisas
e à grave simplicidade das multidões, —
então a terra cresce acima de si mesma.
E parece que abarca todo o céu:
a primeira estrela é como a última casa.

O Livro das Imagens, Rainer Maria Rilke

No dia 23 de Abril comemora-se o Dia Mundial do Livro. Até lá publicaremos todos os dias um poema diferente, sobre o livro ou a leitura, de poetas consagrados. Este é o décimo primeiro:

Ler
Ler sempre.
Ler muito.
Ler “quase tudo”.
Ler com os olhos, os ouvidos, com o tacto, pelos poros e demais sentidos.
Ler com razão e sensibilidade.
Ler desejos, o tempo, o som do silêncio e do vento.
Ler imagens, paisagens, viagens.
Ler verdades e mentiras.
Ler o fracasso, o sucesso, o ilegível, o impensável, as entrelinhas.
Ler na escola, em casa, no campo, na estrada, em qualquer lugar.
Ler a vida e a morte.
Saber ser leitor, tendo o direito de saber ler.
Ler simplesmente ler.

Edith Chacon Theodoro

No dia 23 de Abril comemora-se o Dia Mundial do Livro. Até lá publicaremos todos os dias um poema diferente, sobre o livro ou a leitura, de poetas consagrados. Este é o décimo:

Um livro

Levou-me um livro em viagem
não sei por onde é que andei
Corri o Alasca, o deserto
andei com o sultão no Brunei?
P’ra falar verdade, não sei

Com um livro cruzei o mar,
não sei com quem naveguei.
Com marinheiros, corsários,
tremendo de febres e medo?
P’ra falar verdade não sei.

Um livro levou-me p’ra longe
não sei por onde é que andei.
Por cidades devastadas
no meio da fome e da guerra?
P’ra falar verdade não sei.

Um livro levou-me com ele
até ao coração de alguém
E aí me enamorei –
de uns olhos ou de uns cabelos?
P’ra falar verdade não sei.

Um livro num passe de mágica
tocou-me com o seu feitiço:
Deu-me a paz e deu-me a guerra,
mostrou-me as faces do homem
– porque um livro é tudo isso.

Levou-me um livro com ele
pelo mundo a passear
Não me perdi nem me achei
– porque um livro é afinal…
um pouco da vida, bem sei.

O G é um gato enroscado, João Pedro Mésseder

No dia 23 de Abril comemora-se o Dia Mundial do Livro. Até lá publicaremos todos os dias um poema diferente, sobre o livro ou a leitura, de poetas consagrados. Este é o nono:

Biblioteca verde

Papai, me compra a Biblioteca Internacional de Obras Célebres.
São só 24 volumes encadernados
em percalina verde.
Meu filho, é livro demais para uma criança.
Compra assim mesmo, pai, eu cresço logo.
Quando crescer eu compro. Agora não.
Papai, me compra agora. É em percalina verde,
só 24 volumes. Compra, compra, compra.
Fica quieto, menino, eu vou comprar.
Rio de Janeiro? Aqui é o Coronel.
Me mande urgente sua Biblioteca
bem acondicionada, não quero defeito.
Se vier com um arranhão recuso, já sabe:
quero devolução de meu dinheiro.
Está bem, Coronel, ordens são ordens.
Segue a Biblioteca pelo trem-de-ferro,
fino caixote de alumínio e pinho.
Termina o ramal, o burro de carga
vai levando tamanho universo.
Chega cheirando a papel novo, mata
de pinheiros toda verde. Sou
o mais rico menino destas redondezas.
(Orgulho, não; inveja de mim mesmo.)
Ninguém mais aqui possui a coleção
das Obras Célebres. Tenho de ler tudo.
Antes de ler, que bom passar a mão
no som da percalina, esse cristal
de fluida transparência: verde, verde.
Amanhã começo a ler. Agora não.
Agora quero ver figuras. Todas.
Templo de Tebas. Osíris, Medusa,
Apolo nu, Vênus nua… Nossa
Senhora, tem disso nos livros?
Depressa, as letras. Careço ler tudo.
A mãe se queixa: Não dorme este menino.
O irmão reclama: Apaga a luz, cretino!
Esparmacete cai na cama, queima
a perna, o sono. Olha que eu tomo e rasgo
essa Biblioteca antes que pegue fogo
na casa. Vai dormir, menino, antes que eu perca
a paciência e te dê uma sova. Dorme,
filhinho meu, tão doido, tão fraquinho.
Mas leio, leio. Em filosofias
tropeço e caio, cavalgo de novo
meu verde livro, em cavalarias
me perco, medievo; em contos, poemas
me vejo viver. Como te devoro,
verde pastagem. Ou antes carruagem
de fugir de mim e me trazer de volta
à casa a qualquer hora num fechar de páginas?
Tudo que sei é ela que me ensina.
O que saberei, o que não saberei nunca,
está na Biblioteca em verde murmúrio
de flauta-percalina eternamente.

Carlos Drummond de Andrade

No dia 23 de Abril comemora-se o Dia Mundial do Livro. Até lá publicaremos todos os dias um poema diferente, sobre o livro ou a leitura, de poetas consagrados. Este é o oitavo:


Os livros. A sua cálida,
terna, serena pele. Amorosa
companhia. Dispostos sempre
a partilhar o sol
das suas águas. Tão dóceis,
tão calados, tão leais,
tão luminosos na sua
branca e vegetal e cerrada
melancolia. Amados
como nenhuns outros companheiros
da alma. Tão musicais
no fluvial e transbordante
ardor de cada dia.

Ofício de Paciência, Eugénio de Andrade

No dia 23 de Abril comemora-se o Dia Mundial do Livro. Até lá publicaremos todos os dias um poema diferente, sobre o livro ou a leitura, de poetas consagrados. Este é o sétimo:

Os heróis dos livros

Deflagravam guerras,
morriam presidentes,
vulcões despertavam,
tufões desfaziam cidades inteiras.
Pouco soube porém
do que se passava nos confins da Terra.
Porque perto, muito perto de mim,
os cavalos do Pony Express
deixavam atrás do galope
um rasto de poeira do deserto,
e no Kentucky Daniel Boone
batia-se com os Shawnees
em combates de vida ou de morte;
Spártaco em Cápua levantava os escravos,
e na esplanada do Café do Gato
com os dedos sujos de graxa
Pepe salivava
diante do homem gordo
ao molhar churros quentes
numa chávena fumegante;
os meninos da gruta
na Nova Zelândia
fugiam de casa para a montanha
e do alto observavam
no vale os pequenos adultos;
o pai, Sandália de Vento,
e o filho, Sapato de Fogo,
corriam mundo mochila às costas,
como dois velhos amigos;
e Rudi, o rapaz da Steinstrasse 16,
ali, bem ao pé da porta,
crescia desvendando um mistério
para provar a sua inocência:
Não fui eu quem roubou o relógio,
não fui eu quem roubou o relógio.
Por causa de todos eles,
pouco soube das fomes, das cheias,
dos temporais e das batalhas
que varriam o mundo no meu tempo.
Mas Boone,
Spártaco,
Pepe,
Rudi,
Sapato de Fogo
e os outros,
no escuro sótão da minha infância,
no coração de uma cidade de granito,
olhavam-me nos olhos,
rosto diante de rosto:
gente de palavras
com cara-de-muitos-amigos.
E no centro do centro do mundo,
desse vasto mundo tumultuoso,
eu aprendia os sonhos dos homens,
decorava as dores dos homens
e neles me conhecia.

O G é um gato enroscado, João Pedro Mésseder

No dia 23 de Abril comemora-se o Dia Mundial do Livro. Até lá publicaremos todos os dias um poema diferente, sobre o livro ou a leitura, de poetas consagrados. Este é o sexto:

Nas estantes os livros ficam
(até se dispersarem ou desfazerem)
enquanto tudo
passa. O pó acumula-se
e depois de limpo
torna a acumular-se
no cimo das lombadas.
Quando a cidade está suja
(obras, carros, poeiras)
o pó é mais negro e por vezes
espesso. Os livros ficam,
valem mais que tudo,
mas apesar do amor
(amor das coisas mudas
que sussurram)
e do cuidado doméstico
fica sempre, em baixo,
do lado oposto à lombada,
uma pequena marca negra
do pó nas páginas.
A marca faz parte dos livros.
Estão marcados. Nós também.

Duplo Império, Pedro Mexia

No dia 23 de Abril comemora-se o Dia Mundial do Livro. Até lá publicaremos todos os dias um poema diferente, sobre o livro ou a leitura, de poetas consagrados. Este é o quinto:

A um livro

No silêncio de cinzas do meu Ser
Agita-se uma sombra de cipreste,
Sombra roubada ao livro que ando a ler,
A esse livro de mágoas que me deste.

Estranho livro aquele que escreveste,
Artista da saudade e do sofrer!
Estranho livro aquele em que puseste
Tudo o que eu sinto, sem poder dizer!

Leio-o, e folheio, assim, toda a minh’alma!
O livro que me deste é meu, e salma
As orações que choro e rio e canto!…

Poeta igual a mim, ai que me dera
Dizer o que tu dizes! … Quem soubera
Velar a minha Dor desse teu manto!…

Florbela Espanca, Livro de Mágoas

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